Depois de quase um ano de muita angústia, às 13h da última sexta-feira (26) uma família recebeu a notícia que tanto esperou: o professor aquidauanense, de 55 anos, acusado de estuprar as afilhadas, foi condenado pela Justiça ao regime fechado.
O caso veio à tona no dia 7 de dezembro de 2020, quando a vítima mais velha (hoje com 19 anos) chegou a uma festa de família e o abusador estava lá. Ela passou mal e, no meio do desespero, contou para a mãe o que sofreu na infância. A irmã dela, de 15 anos, também contou que foi abusada várias vezes pelo homem, que era amigo íntimo da família.
Só então a mãe entendeu todas as turbulências que elas passaram, pois ambas tiveram depressão, inclusive tentativas de tirar a própria vida. Elas não denunciavam os abusos por medo, já que o autor por diversas vezes ameaçou matar a avó delas, que é muito querida pelas meninas.
A mãe das vítimas, que atualmente mora em Camapuã lembra que o abusador era praticamente da família, era de muita confiança, sabia tudo que acontecia e sempre ajudava, por ter “influência na cidade e conhecimento”.
“No primeiro momento, quando fui fazer a denuncia, fiquei com medo, pois ele era uma figura de poder. Achávamos que ele não seria nem condenado. Aí quando ele foi preso e agora o julgamento… Foi uma vitória, porque a Justiça nem sempre é feita, mas nesse caso ela foi feita e ele vai pagar por tudo que fez com as minhas filhas”, disse a mãe.
O caso delas gerou alerta na cidade e elas receberam apoio do movimento #MulheresDeAquidauana. Hoje, as vítimas fazem acompanhamento com profissionais, pois o medo dele ser solto era recorrente, tornando o trauma ainda mais insuperável.
“Elas tinham muito medo dele ser solto, mas creio que agora temos a Justiça da terra e a de Deus. Quis compartilhar porque sei que tem gente com medo de denunciar abusos que sofrem, que não dará em nada. Quero dizer aos pais de vítimas para não se calem e denunciem, não tenha medo de procurar a Justiça, porque ela não falha”, conclui a mãe.
Pelos estupros, o professor foi julgado em primeira instância, na Vara Criminal da Comarca de Aquidauana. A pena imposta foi de 46 anos e 8 meses, em regime fechado.